Esta mulher quase morreu depois de os médicos terem descrito os seus sintomas como “problemas de mulheres”

Hattie Gladwell expôs recentemente a sua história nas redes sociais, história essa em como um engano por parte de uma equipa médica acabou por provocar danos irreversíveis ao seu corpo.

Esta história pode servir como uma importante lição para as mulheres mais novas: ouçam o vosso corpo, porque vocês conhecem-no melhor do que qualquer outra pessoa…

“Se os médicos me tivessem levado mais a sério há alguns anos, a minha vida podia ser totalmente diferente hoje”, explicou Hattie.

Ela explicou que em 2014 foi ao médico quando começou a sentir dores no estômago e dificuldades em ir à casa de banho, situação que se prolongou durante dias e dias e nem os laxantes ajudavam. Claro que enquanto esperava por consulta, foi ao Google e ficou ainda mais preocupada.

Hattie disse que o primeiro doutor que a atendeu recusou-se a levá-la a sério, falando de um problema “hormonal” e dizendo que os seus sintomas eram típicos dos “problemas de mulheres”.

“Quando fui ao médico, nunca me falaram dos intestinos. Eu era jovem, tinha 18 anos, então quando ia ao médico sentia sempre que nunca era levada a sério. Estava a ficar frustrada, fui ver muitos médicos e ninguém ligou – um dos médicos até revirou os olhos e me chamou de hipocondríaca”.

Gladwell explica que começou a perder imenso peso e que começou a sofrer de hemorragias rectais: “Estava frustrada e sabia que algo se passava. Em outubro de 2014, enquanto trabalhava, comecei a sangrar do recto pela primeira vez. Sangue a escorrer pela perna. Estava mesmo assustada. Pensava que era o período mas depois apercebi-me que não”.

Ela explica que perdeu muito mas mesmo muito peso e disse que os médicos continuavam sem ligar, quase que a julgá-la, pensando mesmo que se tratava de uma desordem alimentar.

“Depois das hemorragias, fui outra vez ao médico e pensava que desta vez finalmente me dizia algo mas estava errada. Ele insistiu no período e eu expliquei que já tenho o período desde os 14 anos e que sabia bem distinguir a diferença entre ele e uma hemorragia rectal mas ele não quis saber”, contou.

Foi algum tempo depois, em janeiro de 2015, que tudo piorou:

“Nessa altura senti-me seriamente doente. Cheguei a casa depois da aula de condução e entrei em colapso perto da casa de banho. Estava tonta e cheia de calor. Consegui erguer-me, fui para a cama e dormi. Passei dois dias assim, com calafrios, dores no estômago, náuseas e diarreia. Numa semana, devo ter usado a casa de banho umas 50 vezes, foi horrível”.

Ela marcou uma consulta mas explicou que não conseguia ir pois nem conseguia sair de casa…

Neste momento, Gladwell estava tão doente que precisava de apoio constante. Um dos médicos sugeriu que era um problema no apêndice e ela foi submetida a cirurgia para que o tirassem. Mas não tinha sido disso…

“A minha condição piorou muito, estava cheia de dores, muito doente. Acabei por ser internada e a certo dia, senti algo forte na barriga. O meu intestino grosso estava a perfurar-se”.

O seu intestino grosso tinha implodido depois da remoção do apêndice e ela teve de ser operada de urgência – no fim, tinha o seu intestino grosso fora da barriga (colostomia) e tinha de defecar para um saco.

Ela explica que viveu um autêntico pesadelo, tendo mesmo estado à beira da morte:

“Estava a viver um pesadelo. Depois de analisarem tudo, constataram que andei a viver com uma colite ulcerosa, uma forma de doença intestinal inflamatória, há algum tempo. Acordar com um saco para defecar ao meu lado foi duro. Não consegui olhar para ele por umas boas quatro semanas”.

Apesar da sua qualidade de vida ter deteriorado muito, ela conseguiu reverter um pouco a situação: “A minha qualidade de vida deste aquela operação, há 3 anos, foi afectada de forma enorme. Andei meses com aquele saco até que me terem conseguido deixar ir à casa de banho de forma ‘normal’ outra vez”.

Ela quis expor a sua história e deixar um apelo:

“Médicos, por favor ouçam as mulheres mais novas quando elas dizem que algo de errado se passa com elas. Elas não são estúpidas e nem tudo pode ser culpa do período. Nós conhecemos o nosso corpo melhor do que ninguém”.

Que história…